miércoles, 14 de agosto de 2013



TURFE: GESTÃO



Louis Romanet defende a criação de uma estrutura central para o turfe

 
 






Criar uma estrutura organizacional que represente todos os setores da atividade turfística, citando o próprio exemplo bem-sucedido do turfe francês com a France Gallop e a PMU. Essa foi a tônica do discurso feito pelo presidente da Federação Internacional de Autoridades Hípicas, Louis Romanet, no workshop sobre gestão de turfe, realizado no último dia 5 de agosto, na Sede da Lagoa do Jockey Club Brasileiro.

Em sua apresentação, Louis Romanet traçou um panorama internacional, mencionando a importância do turfe brasileiro em organizar-se e entrar numa fase de competitividade, que hoje não existe por aqui. Para atingir essa competitividade, o presidente da FIAH enumerou alguns pontos pelos quais a própria Franca atingiu o atual estágio de desenvolvimento: criação de um ‘common pool’ para centralização das apostas e parcerias com outros hipódromos nacionais e internacionais, ‘customer segmentation’ com a aplicação de um marketing forte, qualidade de transmissão das corridas pela TV, padronização e fácil acesso às apostas (smartphones e outros equipamentos, mais uma rede de agências), melhoria da qualidade das provas de grupo, regras sobre medicação e combate ao doping, formatação das respectivas programações clássicas, e demais temas correlatos.

Louis Romanet afirmou acreditar plenamente no potencial das corridas brasileiras, que são de qualidade em sua opinião, mas que não são exploradas a contento segundo as regras do mercado internacional. Para tanto, deu como exemplo números de apostas realizadas na Argentina, no Chile e no Brasil para mostrar que, neste último país, o movimento (MGA) é menor do que o registrado em um país como o Marrocos, embora a economia brasileira seja a sexta maior do mundo, atrás apenas de EUA, China, Japão, Alemanha e França. Também em relação à América do Sul, o presidente da FIAH mostrou o enorme abismo que separa o desempenho desse continente em relação ao resto do mundo. Segundo seus dados, a AS detém 18% da produção mundial de cavalos PSI, realiza 15% das corridas em todo o mundo, distribui 5% do montante mundial de prêmios e é responsável por menos de 1% do movimento geral de apostas global.

Outra apresentação que prendeu a atenção dos presentes foi a do presidente da Organização Sul-Americana de Fomento, o chileno Marcel Zarour, que anunciou a profissionalização das atividades da entidade criada em 1958.

Segundo ele, até hoje a OSAF não possui uma sede, apenas se utilizava de uma sala no Jockey Club Argentino (San Isidro), o que, no entender do dirigente, estava longe de poder ser chamada de ‘sede’. “Criamos um comitê para que os proprietários participem, aumentamos o Conselho Executivo para 100 dirigentes, representando todos os Jockeys Club do continente sul-americano. Estamos criando uma estrutura jurídica, porque nem isso tínhamos. Vamos gastar mais recursos com tudo isso? É claro que sim! Mas vamos ter uma sede própria na Argentina, esperando que todos nos apoiem! Espero que com vocês aconteça o mesmo, que possam chegar a um acordo, possam avançar. Isso vai contribuir para melhorar a atividade do turfe no Brasil”, finalizou Zarour.

O presidente da Associação Paulista de Fomento ao Turfe, Alessandro Arcangeli, agradeceu a valiosa participação dos dois executivos do turfe internacional e avaliou o panorama: “É muito importante para nós sabermos que, diante da fala de Louis Romanet e Marcel Zarour, é urgentemente necessária uma organização mais estruturada de nossa atividade no Brasil. A APFT fez questão de se filiar à OSAF pela sua representatividade, para poder entender e se integrar à realidade da América do Sul e do mundo. O Marcel tem demonstrado um enfoque técnico, e não político, da integração das entidades. Com base nessa realidade internacional, temos que criar uma proposta aberta para integração das estruturas no turfe brasileiro com um enfoque acima de tudo profissional”, finalizou Arcangeli.


Profissionalização também foi a tônica da fala do presidente do Jockey Club Brasileiro, Carlos Palermo. “Se não profissionalizar, nós vamos continuar na mesmice de sempre, cada um seguindo seu caminho de uma maneira diferente. Não temos a formação, não temos a mão-de-obra especializada. Quando vamos a uma reunião da FIAH em Paris, vemos que 95%, 97% das pessoas presentes são profissionais do turfe”, disse o anfitrião do evento na Sede da Lagoa do JCB. Palermo também opinou sobre a criação de uma nova organização: “Eu estou de perfeito acordo que o turfe não vai sair do lugar, o JCB seguindo um caminho, o JCSP seguindo outro, o JCP e o JCRGS... Não vamos chegar nunca a lugar nenhum desse jeito. Não tenho dúvida nenhuma que precisa haver uma federação, uma entidade qualquer, que seja coordenadora de todo o calendário, de todo o turfe. Sem isso, fica cada um tratando de seu caminho e não tem um norte comum. Estou de pleno acordo. Evidente que ao longo das discussões algumas coisas precisarão ser ajustadas para atender a todas as instituições que estarão envolvidas no processo. Mas eu acho que é um início, tudo tem que ter um começo. Imagina uma instituição, uma federação, tomando conta, gerindo o turfe, correndo atrás de patrocínio, cuidando das apostas, padronizando os julgamentos. Não tenho dúvida que o turfe terá muito mais sucesso do que tem nos dias de hoje”, concluiu o presidente do JCB.


APFT
Fotos: Karol Loureiro
By De Turfe Um Pouco


No hay comentarios.:

De Turfe Um Pouco

De Turfe Um Pouco
Imprensa Internacional