

CINEMA
CINEMA NOS ESTADOS UNIDOS TEM MENOR PÚBLICO DESDE 1995
Apertem os cintos, o público sumiu! 2011 foi como um filme de terror para os estúdios de cinema americanos. A indústria estima terminar o ano com 1,28 bilhão de ingressos vendidos na América do Norte, uma queda de quase 5 por cento em comparação a 2010. É o segundo ano seguido que o número cai e o mais baixo desde 1995. As contas são do site especialista em bilheteria www.Hollywood.com
Apesar dos ingressos caros, a arrecadação também diminuiu. As vendas do ano devem ficar meio bilhão abaixo das vendas de 2010, em cerca de US$ 10 bilhões, uma queda de 4 por cento. Os motivos para o sumiço do público das salas de cinema são vários e se repetem. Desde 2002 a venda dos ingressos vem caindo (naquele ano, foram vendidos 1,6 bilhão de tíquetes). Um deles são os ingressos mais caros. O preço médio é US$ 7,96 (cerca de R$ 14). Mas no cinema mais perto da minha casa, em Hollywood, custa US$ 16 (cerca de R$ 28).
Segundo Paul Dergarabedian, do Hollywood.com, o preço subiu mais de 80 por cento desde 1995. Vale lembrar uma passagem do livro “O Grande Filme”, de Edward Jay Epstein. Ele diz que, em 1947, quando o cinema era o principal meio de entretenimento pago dos americanos, 90 milhões iam aos cinemas semanalmente e pagavam 40 centavos por ingresso.
Hoje tem Netflix, videogames, ótimos seriados na TV aberta e fechada. A concorrência é cruel. E, claro, o principal motivo, os filmes não são mais os mesmos...Como lembra David Germain, da agência AP, os estúdios não conseguiram emplacar neste ano nenhum filme de animação ou adaptação de história em quadrinhos que ultrapassasse a marca dos US$ 200 milhões nas bilheterias.
“Cowboys & Aliens”, uma das grandes apostas do ano, baseada numa HQ e com Harrison Ford e Daniel Craig, foi uma das maiores bombas do ano, feito com orçamento de US$ 163 milhões, arrecadou US$ 178 milhões. Outro fracasso considerado como um dos desastres do ano foi "O Diário de um Jornalista Bêbado"(foto), com Johnny Depp. O filme custou US$ 45 milhões e arrecadou US$ apenas 21 milhões.
Mas o maior "desastre do ano" foi o filme "The Bigs Year" (foto à direita) estrelado pelo antes festejado astro americano Steve Martin, que amargou um prejuízo de US$ 34 milhões para seus produtores.
Roger Ebert, o crítico que tem uma resposta para tudo, listou os seis principais problemas para a queda de audiência. O último é “falta de opção”. Somos bombardeados de blockbusters, mas queremos mais "filmes de arte", até mesmo em cidades pequenas dos EUA, ele diz. Prova disto, segundo Ebert, é que entre os cinco filmes mais populares do Netflix no dia 28 estavam o iraniano “Certified Copy”, de Kiarostami, o francês “Love Crime” e o sueco “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”.
De fato, o que eu mais sinto falta nos cinemas aqui nos EUA é opção de filmes “gringos”, europeus, latinos, asiáticos. Há, claro, inúmeros festivais, cinematecas e exibições especiais. Mas a verdade é que em São Paulo eu via mais cinema estrangeiro do que aqui, na “meca do cinema”, conclui a jornalista Fernanda Ezabella, que é correspondente da Folha em Los Angeles e escreve sobre a vida em Hollywood.
Folha
Por Fernanda Ezabella
Posted by Mário Rozano
No hay comentarios.:
Publicar un comentario